Meu País

Acordei esta manhã de um sonho, realizado em pesadelo ao acordar.
Queria tanto ter asas e voar, mas o meu país não deixou, queria voar sozinho, mas o medo do meu país não deixou, queria ter vida, mas a morte do meu país não deixou.

É assim o ser de muitos portugueses, travados por um país que envelhece, porque já não nascem crianças, devido ao medo do futuro do meu país, um país perdido à beira mar, recheado de histórias, de sucessos passados, de história vivida em vitória, um país esquecido, um país adormecido.
Trouxeram-nos até aqui, até este país, que até outrora eu não conhecia, este país onde o justo paga pelo pecador, onde ser preso é notícia, onde roubar e matar é capa de jornal, e onde fazer o bem é desprezado.

Queria de volta o meu sonho, de volta o meu país, um país optimista, harmonioso, humilde, trabalhador e vencedor, um país exemplo de dedicação e amor. Quero de volta a cultura do meu país, uma cultura rica a que todos sabem dar valor. Queria o tudo o que minha noite sonhou e meu dia destronou. Porque ao acordar, a cultura não tem valor, a honestidade já não existe, a ganância destruiu a humildade, a riqueza deu origem a ganância e a pobreza transformou-se em desprezo.

Volta meu país, antigo e pobre mas rico e belo, de igualdade, de direito, de humildade, de compreensão, volta meu Portugal de valores.

Talvez este noite meu sonho continue, ou talvez este novo país tome conta de mim e eu já não consiga mais sonhar!


Texto e Imagem: Palavras Regionais

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