Conversa Débora Rodrigues

Nasceu em Porto Santo, Madeira, a 5 Dezembro de 1982.
Aos 3/4 anos gravava cassetes para oferecer à família. 
Aos 7 anos muda-se para Lisboa, e inicia participações em Teatro aos seus 9 anos. Quando tinha 11 anos pertenceu aos "Onda Choc" onde, como vocalista, atingiu o sucesso com a música "Estou Apaixonada", que se manteve no top por mais de 3 meses, ainda com 11 anos participaria no programa da RTP 1, Os Principais, onde se manteve vencedora até é grande final que se realizou no Coliseu do Porto.
Falamos de Débora Rodrigues, mulher do fado, que já percorreu diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Luxemburgo, Suíça, Romênia, Espanha e Bélgica. 
Lançou o seu 1º álbum (Fado) no ano de 2000 e o seu mais recente álbum em 2015, "Fado no Coração"

Se não estivesse a responder a esta entrevista, neste momento estaria...
Débora Rodrigues: Naturalmente a fazer o mesmo de todos os dias, a preparar o jantar

Diga-nos quem é Débora Rodrigues, a fadista?
DR: A Débora Rodrigues fadista é acima de tudo uma mulher, muitas vezes ainda menina, que acredita na poesia e na arte num seu todo como uma forma de vida , uma forma de vida um pouco mais magica que qualquer outra.

Com que idade começou a cantar?
DR: Segundo a minha mãe, comecei a cantar mal nasci, mas perante público aos 9 anos.

Como surge a música na sua vida?
DR: Não tenho sequer ideia, penso que foi algo que sempre fez parte do meu dia a dia. Não tenho memória da forma como tenha surgido.

Pelos 9 anos de idade fez teatro, com é ser atriz?
DR: Julgo que com apenas 9 anos de idade, fazer teatro é como que brincar ao faz de conta, nem sei sequer se sentia a responsabilidade necessária de quem pisa um palco.

O que a levou até ao teatro?
DR: Um convite de um uns outros atores integrantes em teatro e revistas locais. Apesar de que o meu primeiro contacto foi apenas para cantar, depois as coisas foram acontecendo de forma inesperada.

No entanto é o fado que mais a apaixona...
DR: Verdade, apesar de não ter começado no fado, foi no fado que me senti em casa.
"A arte tem que ser verdadeira, e que verdade mais verdadeira senão a nossa?!"
O que a levou a cantar?
DR: O meu primeiro contacto com o fado foi precisamente numa peça de revista. Um spot onde seria necessário alguém cantar 3 Temas de Amália Rodrigues... todos me escolheram a mim...
Não tive hipótese, e ainda bem 😂.

Qual é para si a sua melhor música? 
DR: Ui uma pergunta deveras difícil, e naturalmente mudaria de opinião vezes sem conta... Talvez a minha primeira composição .(https://youtu.be/o0I5SCaJmyA)

Qual é para si o melhor fadista português?
DR: Outra escolha difícil, temos imensos tão bons e de quem gosto tanto. Não tenho como escolher.

Fez parte do grande sucesso “Onda Coque”, como define essa experiência?
DR: Foi uma experiência bastante enriquecedora, enquanto cantora e enquanto ser. Aprendi e cresci muito a todos os níveis. A Ana Faria é , foi e será sempre uma pessoa muito importante na minha vida.

Estou apaixonada” ficou por mais de 3 meses no top, qual é a sensação?
DR: É sempre de grande felicidade , é perceber que o nosso trabalho foi recebido com carinho.

Qual o caminho para o sucesso?
DR: Existem vários, cada um tem e define qual o seu. O meu sempre foi ser-me fiel aos meus princípios, gostos e público.

Para além de cantar e da experiência em teatro, também escreve. O que é para si a escrita?
DR: A escrita acaba por surgir muito mais tarde, de forma natural, é um suplemento a tudo o resto...
A arte tem que ser verdadeira, e que verdade mais verdadeira senão a nossa?!
Gosto de… gatos
Qual a mensagem que gostaria de deixar aos seus fãs?
DR: A todos os que sempre acompanharam o meu trabalho e a todos os novos que vão chegando nada mais posso dizer que Obrigada, vocês são definitivamente o estímulo principal para continuar.


Qual era o seu sonho de criança?
DR: Tantos sonhos que tinha, o normal na cabecinha das crianças, penso que consegui concretizar a maior parte deles. Chegar ao fim do dia com a alma cheia e saber-me feliz, talvez seja o somar de todos esses sonhos.

1º Álbum em 2000, 2º álbum em 2015, para quando um novo álbum?
DR: Tenho feito parte de várias colectâneas de fado onde curiosamente não canto só fado. De momento não sinto a necessidade de gravar novamente um álbum a solo, talvez por estar sempre a fazer parte de gravações recentes. Mas, nunca se sabe, as vezes a vontade surge da noite para o dia.
"Todos nós vamos tendo vários Heróis no decorrer da nossa vida, cada um com a sua importância naquele exato momento ..."
Qual o elogio mais gratificante que já recebeu?
DR: O elogio mais gratificante talvez tenha sido num espetáculo no Japão, onde o meu último álbum também é distribuído. Uma japonesa pediu-me para cantar o "Lua Carmim", pois desde que tinha comprado o meu álbum, que todas as noites adormecia a sua bebé ao som dessa música.”Uma voz e melodia de anjo”

Já correu o mundo a cantar, onde lhe falta ir?
DR: Ainda me falta conhecer muito do mundo, nunca fui a Itália, Brasil, Austrália... adoraria.. Talvez Itália de momento não 😋


Qual a pessoa que a marcou mais até hoje, qual o herói da sua vida?
DR: Todos nós vamos tendo vários Heróis no decorrer da nossa vida, cada um com a sua importância naquele exato momento, talvez devo referenciar a minha primeira Heroína , a minha avó Teresa, depois fui tendo vários.

Qual a frase que lhe disseram a marcou mais até hoje?

DR: "És a pessoa mais importante da minha vida." Palavras do meu Filho.

Já cantou com diversos artistas, com quem gostou mais de cantar?
DR: Ui , com tantos, António Rocha, Beatriz da Conceição, Nuno de Aguiar, devo referir também músicos, O meu querido Tó Moliças, Paquito, e Argentina Santos, que sempre tão bem me tratou.

Porquê a sua resposta?
DR: Talvez tenham sido as pessoas que mais me ensinaram e mais de adotaram .

Se pudesse deixar um mensagem que fosse ser lida daqui a 100 anos, qual a mensagem que deixaria?
DR: Ahahhah, talvez diria , um dia já fomos de várias nacionalidades e não todos chineses... E era tão bom...

O que dizem as suas músicas?
DR: Basicamente dizem um pouco de mim, canto o que sinto e sinto o que canto.
Não gosto de… mentiras
Quais as suas ambições futuras?
DR: Ambições profissionais talvez se mantenham as mesmas, continuar a cantar , as pessoais, neste momento está tudo tão bom, que só me falta adotar uma cabra (gostava).

Tem um projeto de fado na Bélgica, explique-nos esse projeto.
DR: Esse projeto na Bélgica já fundou à algum tempo, percorri tudo o que havia para percorrer com o meu fado, e foi muito bom .
"Adoro cantar nas casas de fado, talvez por ter começado por aí.."

Como é cantar fado nas tascas de Lisboa e por todo o país?
DR: Adoro cantar nas casas de fado, talvez por ter começado por aí... ouvir o suspiro de quem nos ouve mesmo ali bem perto de nós, não tem preço.

O que sentiu ao ver o Fado como património da humanidade?
DR: Na realidade não senti grande coisa, porque para mim foi sempre mais importante o que eu já sentia, e já o sentia património , mesmo que só em mim.
Não mudou grande coisa na minha vida e vida de outros colegas a elevação do fado a património da Humanidade... Para nós e para o fado, tudo continuou igual, talvez não para outros. Mas esses não faziam parte do fado antes.

Texto: Palavras Regionais | Imagens: Facebook Débora Rodrigues


1 comentário :

  1. Sempre sensata. És uma mulher inteligente com a cabeça no lugar e o fado no coração. Es linda por fora e por dentro. Um beijo com todo o carinho. Lina Caeiro

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