Salgueiro Maia - O Capitão de Abril

Ele é um dos grandes rostos da revolução de 25 de Abril de 1974, Fernando José Salgueiro Maia foi um dos Capitães de Abril que liderou as forças revolucionárias durante a revolução.

Salgueiro Maia nasceu em Castelo de Vide, no dia 1 de Julho de 1944, filho único de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e Francisca Silvéria Salgueiro.

Nasceu no Alto Alentejo, e posteriormente foi viver para Coruche, onde frequentou a Escola Primária, e de seguida para Tomar. Aos seus 16 anos, a sua família instalou-se em Pombal, onde frequentou o Ensino Secundário.
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegamos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegamos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!" - Salgueiro Maia na madrugada de 25 Abril de 1974
Foi admitido na Academia Militar, em Outubro de 1964, em Lisboa, após ter reprovado na sua candidatura um ano antes, foi colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém. Nesta instituição, ascendeu a comandante de instrução e foi integrado numa companhia de comando na Guerra Colonial.

Na Revolução dos Cravos, foi Salgueiro Maia quem comandou a coluna de blindados que montou o cerco aos ministérios do Terreiro do Paço, vindo de Santarém. Nesse mesmo dia, ao final da tarde, segundo ordens de Otelo Saraiva de Carvalho, forçou a rendição de Marcelo Caetano, escoltando, posteriormente, Marcelo até ao avião que o transportaria para exílio, no Brasil.

Em 25 de Novembro de 1975, o Capitão de Abril, saiu da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República.
Acabou transferido para os Açores, regressando a Santarém em 1979, onde fica a comendar o Presídio Militar de Santarém, e em 1984 regressa à EPC.

Licenciou-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.

Recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a 24 de Setembro de 1983, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, em 28 de Junho de 1992, e em 2007, a Medalha de Ouro de Santarém.
"No domingo, 28 de abril, acorda pela primeira vez em três dias, de um par de horas bem dormido. Tudo lhe parece igual. Almoça em casa com a mulher e vai tomar café ao Bijou. Um hábito de sempre do casal. Pelo caminho batem-lhe palmas, dão-lhe os parabéns, há alguém de dez em dez metros que agradece e o cumprimenta calorosamente. Nesses momentos as feições fecham-se completamente. Ou quase, pelo menos. Responde com distanciamento e reage muitas vezes com desdém. Natércia não gosta da forma como o marido procede. Chama-lhe a atenção: ‘Sinceramente, Fernando, tratas tão mal as pessoas que mais parece estarem a ofender-te!’ Encolhe os ombros e responde: ‘Ora, não consigo entender a razão de tudo isto… afinal é ou não verdade que apenas fiz o que tinha de ser feito?!’ Parece falsa modéstia, ‘mas não é’, dizem Hermínio Martinho, Vítor Alves e Pinto Pereira. ‘Ele era assim. Foi sempre assim!’ – remata a companheira." (Salgueiro Maia, Um Homem da Liberdade; António de Sousa Duarte; Círculo de Leitores)
Recusou, sempre, ao longo dos anos, ser membro do Concelho da Revolução, numa embaixada à sua escolha, governador civil do distrito de Santarém, e pertencer à Casa Militar da Presidência da República.
Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a tenente-coronel.

Em 1989, foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa, vindo a falecer em Lisboa no dia 3 de Abril de 1992, com 48 anos.

No dia 25 de Abril de 2016, foi agraciado com o título póstumo, pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, tendo a condecoração sido entregue à viúva no dia 30 de Junho de 2016, véspera do dia em que completaria 72 anos de idade.

Fala-nos o Hino Nacional de uma "Nação Valente e Imortal", e aqui considero ser o lugar de Salgueiro Maia, um Português humilde, valente e imortal, que jamais ficará esquecido na memória de todos os portugueses, pois são os homens e mulheres, como ele, que fazem a história de Portugal, uma história tão bela e única.

Obrigado Capitães de Abril, é graças a Vós que hoje somos o que somos, criamos o que criamos, falamos o que falamos, escrevemos o que escrevemos, Viva o 25 de Abril, Viva os Capitães de Abril, Viva quem viveu, quem escreveu, esta linda página, desta linda história que é a vitória de Portugal!
Texto: Palavras Regionais | Imagens: Retiradas da Internet


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