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Lisboa pela lente de Paulo Marques
Sintomas De Escritor agosto 03, 2018 0
Sejam detalhes, tudo aquilo que importa ou tudo o que vejo em ti em detalhe é um detalhe, sejas tu tudo o que importa e se não fores vou fazer com que o sejas eu faço com que o sejas, mas és. És o meu detalhe, de todos os pormenores que mais me incomodam és tu o que mais me irrita, quando não te tenho.
Falta-me a voz, todas as palavras são tuas e as que não forem são mudas. Todas as palavras só fazem sentido quando as ouves, até aquelas que não te digo só fazem sentido se não te as disser. Falta-me o cheiro, o meu e o teu mas o teu nunca me falta sei sempre qual é, mas o meu ah o meu só vale pena se tu o puderes sentir quando te abraço como o mar abraça as ilhas que envolve, se calhar quando te abraço és tu que me envolves, és eu sei que és, engole-me, aprisiona-me, não me soltes que eu juro que me aprisiono para sempre em ti. Falta-me a roupa, que só a uso para ma poderes tirar, adoro quando não temos roupa, sinceramente adoro mais quando não tens roupa, repúdio a roupa em ti. É ridículo usares roupa ficas tão bem sem ela, devias queimar a roupa e abolir o tempo assim via o teu perfeito nu eternamente, és tão bela nesse teu corpo nu. A fome só faz falta se a puder partilhar contigo que definhe sem alimento se não for nosso o alimento, todo ele é nosso e se não for, não é alimento, não é nada. Mas sobretudo falta-me a alma seja lá a alma o que quer que for, sinto que ela me falta, sinto que me faltas.
É isso a minha alma és tu, seja o que for que os teus olhos vejam, o teu corpo sinta e a tua mente pense a minha alma és tu, seja tudo o oposto mais irracional do que nós somos a minha alma és tu. E ai de ti que não sejas a minha alma e digas que eu não sou a tua, atreve-te a negar-me a nossa alma e para sempre serás a minha e o meu corpo só estará bem prisioneiro do teu. É isso que somos prisioneiros dos corpos eu sei que somos, mesmo que os corpos sejam efémeros, seremos sempre condenados um do outro. Deixa-os ser. Nós nunca o seremos. Por isso atreve-te experimenta, arrisca atreveres-te a faltar-me e eu juro que me faltarás para sempre. Seja para sempre lá o que for.
Texto de Mauro Elói Pereira | Fotografias: Paulo Marques
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