MENU

O Hospital escondido na Praça da Figueira

Em tempos existiu em Lisboa um grande hospital, o primeiro Grande Hospital de Lisboa.
Num tempo em que se fala na construção de um novo Hospital para a região de Lisboa, centralizado e com serviços para acudir as diversas necessidades,  recordamos o primeiro grande Hospital construído em Lisboa.

Decorria o ano de 1942, quando Dão João II, no mês de Maio dá por iniciadas as obras de construção de um novo Hospital, em Lisboa.
Foi já no ano de 1504, que as obras ficaram concluídas, já sob o reinado de D. Manuel I, que inaugura o Hospital de Todos os Santos.

Constituído por três pisos, e uma fachada principal, com mais de cem metros, onde ao centro surgia a Igreja, este foi o mais importante hospital de Lisboa durante os séculos XVI, XVII e XVIII

No piso inferior poderíamos encontrar quarenta camas e vários anexos, como o refeitório, forno, cozinha, secretaria e farmácia. Crianças abandonadas e doentes mentais eram deixados aqui.
Os funcionários, ficavam alojados no piso térreo, enquanto que no primeiro piso encontravam-se as enfermarias, com acesso ao altar-mor da Igreja, permitindo assim o acesso dos doentes às celebrações religiosas.
O Hospital apresentava, ainda, um vasto logradouro, claustros e um cemitério privativo.
Os doentes eram separados em função do sexo e da patologia. Havia um serviço de urgência e uma secção privada para os doentes nobres. Para além das enfermarias, existiam também a casa das boubas; uma divisão isolada para os doentes com sífilis, que nessa altura era considerada como um castigo para os pecadores; e a casa dos doidos, onde eram tratadas as pessoas com perturbações mentais.

Este Hospital apresentou, e é conhecido por diversos nomes, como Grande Hospital de Lisboa, Hospital do Rei, Hospital Real, Hospital dos Pobres, ou Hospital Real de Todos os Santos.

Devido à ocorrência de um incêndio, a 27 de Outubro de 1601, o Hospital recebeu as primeiras obras de remodelação, mas foi em 1603, após um grave surto de peste, que devido à pouca capacidade do local, que se iniciou uma progressiva melhoria das instalações.

Na madrugada de 10 de Agosto de 1750, iniciou-se aquele que foi o princípio do fim deste Hospital, com a ocorrência de um grande incêndio que destruiu quase metade do edifício, inciaram-se algumas obras de recuperação, mas não resistiu ao terramoto de 1755, tendo ruído grande parte do edifício, após o terramoto, ainda prestou auxílio às vítimas, improvisando locais de apoio e intervenção aos doentes.

Após o terramoto, que devastou Lisboa, ainda se pensou e ponderou a recuperação do edifício, mas em Abril de 1775 os últimos doentes foram transferidos para o Hospital São José, e o Hospital de Todos os Santos, fechou portas para dar lugar a uma reformulação da baixa Lisboeta.

Sobreviveram algumas partes do hospital, como se pode comprovar pelas escavações arqueológicas de 1960.
Atualmente, debaixo do chão da Praça da Figueira, ainda se encontram os vestígios do antigo edifício.

Texto: Palavras Regionais 
Imagens: Recolhidas da Internet

Enviar um comentário

My Instagram

Copyright © 2025 Atlantic Words. Designed by OddThemes