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Conversa Catarina Vilar
Sintomas De Escritor maio 20, 2020 1
Nasceu a 7 de Dezembro de 1989, criou um Blog em 2010 e já lançou 2 livros, desde 2015 ano em que tirou um curso de Escrita Criativa com Pedro Chagas Freitas, em 2016 "Encontra-me Aqui" e em 2018 "Carência dos deuses", entre um e outro livro alcançou o 5º lugar no Campeonato Nacional de Escrita.
Conversamos com Catarina Vilar, formada em Engenharia, e escritora de romances psicológicos, deixando fluir o dom com que nasceu.
"Escrever é uma valsa no meu peito, sinto toda uma composição de sílabas a tocar em mim, e uma necessidade, em mim, de brincar com as palavras num papel ou teclado."Se não estivesse a responder a esta entrevista, neste momento estaria…
Catarina Vilar: A ver uma série ou ler um livro, pela noite, antes de dormir, é um ritual.
Diga-nos, quem é Catarina Vilar?
CV: Um ser humano com um conjunto de defeitos e virtudes que todos os dias procura cultivar, cada vez mais, a paz dentro de si e prosperar em felicidade interna, sem permitir que as condições externas definam o seu estado de espírito. E que é uma romântica incurável, tanto no amor como na vida em si.
O que sente ao escrever?
CV: Escrever é uma valsa no meu peito, sinto toda uma composição de sílabas a tocar em mim, e uma necessidade, em mim, de brincar com as palavras num papel ou teclado.
As letras falam por si?
CV: Sim, sou toda uma tradução direta das palavras que formo.
Como se dá a conhecer na sua escrita?
CV: A Catarina, buscadora de equilíbrio, romântica, cheia de vontade de viver, e em constante evolução; é o que tento transmitir nos meus textos, como forma de impulsionar outros seres humanos a não terem receio de investir em si mesmos.
"... a escrita nasceu comigo, desde muito nova que escrevo, primeiro em papéis soltos, depois em cadernos, posteriormente num blog e depois enverguei por este caminho mais a sério."Formada em Engenharia… qual o lugar que a engenharia ocupa na sua vida?
CV: Eu trabalho no Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), na delegação em Monção. É, portanto, uma parte muito importante na minha vida.
Engenharia ou escrita, qual a sua maior paixão?
CV: É impossível escolher, várias pessoas já me questionaram sobre o assunto da dualidade profissional. No entanto, não consigo chegar a uma resposta certeira e individualizar um dos dois. Tenho, realmente, dois amores.
É possível viver, unicamente, da escrita?
CV: Em grosso modo não, é uma área muito ingrata, são raros os escritores portugueses que vivem unicamente da escrita.
Como é que uma engenheira, se transforma numa escritora?
CV: Julgo que foi mais uma escritora que se transformou numa engenheira, a escrita nasceu comigo, desde muito nova que escrevo, primeiro em papéis soltos, depois em cadernos, posteriormente num blog e depois enverguei por este caminho mais a sério. A “engenheira”, que sempre gostou muito de matemática, veio depois, pois primeiro gostei de Português.
Pedro Chagas Freitas, frequentou um dos seus cursos. É ele o seu mentor?
CV: Sim, tinha acabado de tirar o curso e estava desempregada, de relance encontrei um anúncio para o curso de escrita criativa, nem tinha qualquer noção da existência destes cursos, e aproveitei de imediato. Também frequentei o campeonato de escrita criativa, em que um dos júris é ele.
"... em 2011 entrei em depressão, tive um ano muito complicado e acabei por tropeçar num poço sem fim, após várias tentativas sem sucesso, quando encontrei o caminho do autoconhecimento, foi o início do fim dessa fase amarga."Como surge o autoconhecimento?
CV: Desde nova que escrevo sobre os meus sentimentos, no entanto, em 2011 entrei em depressão, tive um ano muito complicado e acabei por tropeçar num poço sem fim, após várias tentativas sem sucesso, quando encontrei o caminho do autoconhecimento, foi o início do fim dessa fase amarga. Hoje, falo disso como se estivesse a falar de uma pessoa diferente, relembro como se não fosse eu. Este é o poder que a autoanálise nos pode trazer, um dia a depressão já não representar nada daquilo que somos.
O que é o autoconhecimento?
CV: Olhar para dentro e realmente ver o que somos, aceitar; compreender os nossos verdadeiros medos e as nossas verdadeiras vontades (todos eles, muitas vezes, moldados por uma sociedade que não nos ensinou a gerir emoções). Saber qual é a nossa verdadeira essência e trabalhar sobre ela. No fundo, envergar esse caminho e sermos realmente livres.
"A língua portuguesa é uma grande aliada pela sua complexidade e grandiosidade."Existirá qualidade, em Portugal, para um prémio nobel da literatura?
CV: Sem qualquer dúvida que sim. A grande diferença que encontro nos livros de autores portugueses para autores estrangeiros, é mesmo a profundidade de escrita com a qual um escritor português tem a capacidade de esboçar. A língua portuguesa é uma grande aliada pela sua complexidade e grandiosidade.
Como vê a literatura, em Portugal?
CV: Gostaria que houvesse uma estima mais apreciativa por parte dos portugueses pela sua própria literatura.
"aprendermos a ser autossuficientes e independentes, assim como, parar e compreender a nossa vida; este modo automatizado que lhe damos sem nunca parar para pensar “realmente sou feliz assim?"Durante este período, de confinamento, que lugar pode ocupar o livro na vida das pessoas?
CV: É um salva vidas. Um livro leva-nos a todo lado sem sair do sítio, inclusive leva-nos para dentro de nós!
Como vê estes novos tempos?
CV: Como uma grande chamada de atenção a todos nós, e em cada um à sua maneira. E acima de tudo, aprendermos a ser autossuficientes e independentes, assim como, parar e compreender a nossa vida; este modo automatizado que lhe damos sem nunca parar para pensar “realmente sou feliz assim?”, “Realmente quero isto para a minha vida?” ou “Este é o caminho que quero tomar para a minha vida?”, várias perguntas que são necessárias colocar ao longo da vida, mas que o modo automático não permite a introspeção.
Será possível um regresso à normalidade?
CV: Talvez a realidade como a conhecemos já não exista mais, e espero bem que não. Essa normalidade é tóxica para todos nós a nível emocional e psíquica.
Como será o Mundo após esta pandemia?
CV: Espero que mais livre (realmente livre) e não numa gaiola maior como antes vivíamos. Tínhamos a percepção errada de liberdade, hoje só estamos numa jaula mais pequena. A maioria das pessoas talvez esteja a descobrir que não consegue lidar consigo próprio. Talvez se esteja a aperceber o quanto os fatores externos dominam as suas ações e atitudes e é altura de começar a equilibrar-se e procurar esse equilíbrio, como a própria Terra está a fazer.
"... nunca deixar este bonito caminho que é a escrita. E continuar acompanhada pela pessoa que me inspira para escrever sobre amor."Dois livros editados, quais os novos projetos?
CV: Em breve haverão muitas novidades! Para não falar que o terceiro está a ser escrito.
Qual a sensação de concretizar um sonho?
CV: É um sabor doce na boca, como quem acabou de comer um chocolate. O peito quer saltar fora e saltar contigo de alegria. O meu primeiro sonho lançado tem um nome e chama-se “encontra-me aqui”, o segundo “carência dos desuses”.
Qual era o seu sonho de criança?
CV: Tinha vários. Escrever um livro era, sem dúvida alguma um deles, mas nunca disse a ninguém, pois achava inalcançável. E como qualquer criança, ser feliz.
Quais as suas ambições futuras?
CV: Completar a lançar o terceiro livro, e nunca deixar este bonito caminho que é a escrita. E continuar acompanhada pela pessoa que me inspira para escrever sobre amor.
Qual o elogio mais gratificante que já recebeu?
CV: Recebo variadas vezes das mulheres da minha família, tenho essa sorte.
Qual a pessoa que a marcou mais até hoje, qual o herói da sua vida?
CV: A minha Mãe. Como ser humano e como lutadora de vida. É uma pessoa incrível.
Qual a frase que lhe disseram, a marcou mais até hoje?
CV: Alguém me disse que eu tinha tudo o que era preciso para chegar aonde eu quisesse, essa pessoa ainda hoje está na minha vida, foi a que mais me ajudou no processo de autoconhecimento, e no que depender de mim continuará na minha vida.
Se pudesse deixar uma mensagem que fosse ser lida daqui a 100 anos, qual a mensagem que deixaria?

O que nos dizem os seus textos?
CV: Os meus textos falam de amor e autoconhecimento. Ofereço palavras que conduzem mentes a duas grandes viagens. Vou transcrever um texto que tenho no meu site, que julgo que responde o que pretendo com os meus textos, livros e afins:
“Almejo, nesta nossa passagem pela Terra, que o meu contributo para com mundo passe por: quebrar tabus, falar abertamente sobre ansiedade, inquietações ou depressões, quebrar medos de iniciar caminhos para o autoconhecimento e individualidade saudável, apoiar e incentivar as pessoas a investirem em si mesmas, criar histórias para sonhar e enriquecer mentes com o que já aprendi e procuro aprender (esta bonita caminhada que dura toda uma vida) e, sem nunca descurar esta bonita veia romântica que todos temos ao descoberto, ou mais escondida.”
Entrevista: Palavras Regionais | Imagens: Facebook de Catarina Vilar
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Excelente Catarina Vilar..... Adoro os dois livros ��
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